Eu e o capinador


Ouço o barulho de sua enxada
Não me movo, persisto na inércia.
Afinal do que serve o homem?
O quanto minha escrita vale?
Será mais que a enxadada dele?

O homem tem dois caminhos
O estudo da ciência que lhe dá conforto
E não lhe faz sabedor, mas sim um mero perguntador,
O trabalho braçal, pouco valorizado e cansativo demasiado,

A verdade é que não importa
Talvez eu quisesse a vida dele
Sem pensar  ou reclamar em alta voz
Talvez fosse feliz assim
Vivendo apenas, sem existir, sem se incomodar...

 Ou talvez não, quem tal coisa desejaria?
Enxada não é o que minha mãe planejou para mim
Eu deveria ser médico, engenheiro, advogado
É... Não importa mesmo, não sou nada disso
Apenas administro...

 

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