Voltei
Pois é, muito tempo se passou,
muitas coisas aconteceram ou deixaram de acontecer (ambas podem influenciar uma
vida). Eu realmente havia pensado que não iria mais escrever para esse blog, para
ser honesto, tinha a mais absoluta certeza de que o Google o havia deletado por
inexistência de acessos. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, nossas
visualizações aumentaram pouco a pouco, mas aumentaram. Meus outros
companheiros de escrita seguiram o mesmo caminho que eu, todavia, aparentemente
tiveram mais sucesso do que eu e não precisaram retornar a antigos projetos...
Bom para eles, alguém tem de conseguir o que quer... Mas não estou aqui para me
lamentar pelo desenvolvimento da existência, coisas acontecem e não há nada que
podemos fazer além de lidar com elas, seja de forma estoica ou ativa, uma das
poucas citações que sou capaz de fazer de cabeça retratam bem o meu estado de
espírito: “Não se pode percorrer duas vezes o mesmo rio e não se pode tocar
duas vezes uma substância mortal no mesmo estado; por causa da impetuosidade e
da velocidade da mutação, esta se dispersa e se recolhe, vem e vai”. Os gregos
realmente sabiam das coisas...
Como expresso nessa frase tudo muda,
inclusive eu (por mais chocante que isso possa parecer). Não sou mais aquele
moleque pretensioso de dois anos atrás, há muito não penso ter respostas para
perguntas fundamentais, meus sonhos de grandeza diminuíram. Se um dia eu sonhei
em me tornar um famoso nome da blogosfera e ter alguns milhares de seguidores
fiéis, eu ainda continuo a sonhar, a única diferença é que estou mais descrente
da realização de tais desejos. Agora eu aceito um pouco mais a “realidade”,
tudo o que quero agora é poder escrever sem precisar me preocupar com os meus
leitores, não quero mais escolher temas que sejam considerados populares com o
intuito de atrair mais cliques, tampouco utilizar imagens para tornar as coisas
mais amistosas e menos maçantes. Quero que tudo isso se foda, convenções
sociais, literárias, estilísticas, filosóficas, metafísicas, religiosas,
futebolísticas, ou de que qualquer outro tipo não se enquadram na minha
escrita. Posso escrever sem amarras, mas como tudo na vida isso tem seu lado
positivo e negativo. Não levar em consideração opiniões alheias com relação a o
que escrevo é libertador, me dá a possibilidade de acessar um lado que
normalmente é coagido pelo fato social; todavia, essa situação é dificultada
pela aparente inexistência de um receptor, qual o propósito de escrever um
texto repleto das minhas impressões mais pessoais se ninguém irá lê-lo? Não faz
sentido, é apenas perder tempo.
Esse é o pulo do gato, essa é
racionalização que me trouxe a essa velha prática. Não preciso escrever diretamente
para ninguém, não necessito ter um alvo em mente, posso simplesmente escrever e
deixar minhas ideias flutuarem na rede, tudo o que preciso é ser capaz de
estruturar meus pensamentos de forma que sejam coerentes, concisos e de
preferência possuam fortes argumentos. A falta de restrições me permite
descobrir minhas reais características enquanto “pensador” e escritor. Mas é
claro, em algum nível toda essa justificativa foi criada apenas com o intuito
de facilitar a aceitação de que nem um único indivíduo irá perder o seu tempo
para pensar sobre o significado das minhas palavras. Não que elas tenham alguma
profundidade, vejam bem, apesar da minha incrível prepotência não nutro a
ilusão de que minhas ideias são de fato originais e que devem ser analisadas
com a mais profunda atenção. No fundo eu percebo a minha mediocridade, mas é
importante enganarmos a nós mesmos não é verdade? Eu discordo, talvez um dia eu
escreva um texto sobre minhas ideias a respeito da mediocridade, da fuga da
realidade e aparente necessidade de se criar ilusões que atenuem a nossa
existência. Contudo, não pretendo assustar meus leitores invisíveis com um “ensaio
sobre a mediocridade humana”, ao menos não dessa vez, tenho de me reabituar à
uma escrita mais regular e francamente, tenho de aprender a escrever melhor .
Bom, suponho que seja isso. Não
inseri nenhuma informação realmente nova, tampouco atendi aos formatos
previamente estipulados pelo blog. Mas acredito que preciso de um texto que
retrate um pouco o meu estado atual e que apresente meus novos objetivos ao
mundo.
Não pare de escrever,pela primeira vez não me senti sozinho pelo modo de como eu penso,você não tem muitos leitores pelo fato das pessoas estarem presas a uma ilusão que pra elas se chamam realidade onde todas estão alienadas a pensar de uma única forma e elas estão presas nisso.Obrigado e continue a escrever,por favor!
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